domingo, 10 de janeiro de 2010

A Debacle Casoy

Video. Significa "eu vejo" em Latim. Grafada com V, mas prounciada "uideo". Deu origem ao nome do formato de transmissão de imagens sequenciais rápidas, mais ou menos 24 quadros por segundo.
Depois dessa liçãozinha boba (na qual você foi letrado/a, não se esqueça), abordo aqui outro acontecimento nada bobo: o vídeo em que o apresentador Boris Casoy, em um descuido da equipe de produção que deixara o microfone ligado durante a vinheta do Jornal da Band, ironizou as felicitações de ano novo de dois garis.
Quem sou eu para dar lição de moral em quem quer que seja? Casoy tem lá suas crenças e valores, talvez até seja um homem razoável em algum nível. Eu, porém, não consigo imaginar que fizesse o mesmo que ele em uma situação parecida. No alto de minha mediocridade, não ofenderia pessoas que despertam, pelo menos em mim, aquele nível de simpatia.
Estamos falando exatamente disso: da ligação que temos com outros seres humanos, desse elo que nos faz sentir coisas tão díspares quanto amor e ódio. Mesmo no mais alto grau da escala do trabalho, ainda é possível para um homem vicenciar proximidade com outro, compaixão, empatia. Essa característica nos torna o que somos e, no fim do dia, mesmo com frustrações de toda ordem e outras chateações, ainda vemos algo reconhecível como humano no espelho.
Os garis irão processar o jornalista, que pediu desculpas públicas. Blogueiros e jornalistas e comentaristas e desocupados como eu trataram do caso exaustivamente de diferentes maneiras, e tudo será esquecido daqui a algum tempo. Mas, no teste que define a humanidade de um indivíduo, Boris Casoy falhou.
Pior para ele.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Inícios

Em algum mês do primeiro semestre de 2009, comecei a assistir a uma série de televisão intitulada How I Met Your Mother. Dela emprestei e adaptei um bordão proferido por um de seus personagens, Marshall Eriksen: toda vez que ele, advogado em início de carreira, se vale de sua retórica para desmentir alguma estatística ou fato forjados por outro personagem, pode-se ouvir um triunfante grito subsequente: Lawyered! Isso não tem tradução, a não ser que se ofereça o neologismo "advogadado" como alternativa para a explicação que proponho: Lawyered significa que o método de argumentação típico de um advogado foi usado para a sobrepujação de seu contendedor. Complicado e rebuscado demais? Pudera, sou um entojado estudante de Letras. Brincadeira. Lawyered significa, e agora essa é minha proposta séria, apesar de completamente informal, perder para o advogado.
Exemplo:
- É mais demorado seguir por essa rua.
- Não. Ela converge justamente no sentido em que vamos, enquanto a outra, embora também paralela, não. Perdeu para o advogado, playboy.
Muitíssimo bem. "Você foi letrado", em minha cabeça insana, é uma extensão desse conceito, e serve para irritar amigos quando algum deles comete um erro gramatical em suas falas ou quando se explica algo relacionado ao mundo das Letras. Fiz isso com vários deles, sendo que dois ou três adotaram o bordão e adicionaram-no a seus vocabulários. Ah, e eu também já fui letrado.
Agora, na aurora do Novo Ano, resolvi fazer um novo blog, mais acessível que meu outro no domínio Mindsay. E que melhor nome para dar a ele do que um fruto meu, mesmo sendo bobo e um pouco pedante?
Não vou, porém, distribuir lições de morfologia, sintaxe ou fonética nesse espaço. Embora muito úteis, essas nobres disciplinas têm lugares ainda mais nobres reservados a elas. Além do mais, espero ser pago algum dia para ministrá-las, então vou guardando tudo que posso na cachola para o momento apropriado. Quem quiser saber sobre minha vida e ler diversos contos, ensaios e bobagens que escreverei aqui, continuem ligados.
Vocês foram, e espero que continuem sendo, letrados.